A pira da revolta
Se é em casa que há mais contágios, porque se fecham os restaurantes?
Se é em casa que há mais contágios, porque se fecha o comercio?
Se é em casa que há mais contágios, porque nos mandam para casa?
Se é em contexto familiar que há mais transmissões do maldito vírus, porque se fecham os restaurantes que são a única alternativa às salas de jantar lá de casa, com medidas de higiene e distanciamento implementadas.
Se é em contexto familiar que o bicho morde, porque se fecham os comércios locais, as esplanadas, os centros comerciais, onde as medidas de segurança por vezes chegam a parecer desproporcionadas.
A revolta, como é obvio, fica eminente, porque a consequência é a fome.
As famílias desestruturam-se, a impotência e a raiva elevam-se no sangue e fazem-no ferver com facilidade.
O momento é de luta contra injustiças e decisões, essas sim abjetas, e sem nenhum sentido ou explicação aparente.
O direito de mostrar descontentamento, cumprindo as regras, as distâncias e utilizando a máscara (bem colocada, por favor), é um direito que deve ser exercido sem medo e com determinação.